O mundo se transforma por meio de duas vertentes: a da geopolítica e a da tecnologia. É o que afirma Guga Stocco, cofundador da Futurum Capital, durante painel no MMA Impact 2025. Segundo o executivo, a tecnologia já deixa suas marcas na cultura global ao alterar relações de trabalho, de produção e mesmo do marketing.
No painel “Visões para o Século 21”, Stocco apresentou cases como o da PUMA, que produziu um comercial inteiro usando apenas Inteligência Artificial. E também mostrou como a indústria vem automatizando cada vez mais sua produção, exemplo da Xiaomi, que tem apenas 20 funcionários em sua fábrica de automóveis.
“Os robôs estão entrando no dia a dia. Enquanto a IA está fazendo o trabalho intelectual, temos os robôs fazendo o trabalho físico”, diz.
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Sob um olhar crítico para o passado, para analisar o presente e projetar o futuro, o que se observa é cada vez mais a convergência de tecnologias transformadoras, que resulta na onda histórica de crescimento que assistimos agora. “A junção de tecnologias permite pensarmos coisas diferentes, por isso que quando o Chat GPT surgiu, parecia bruxaria”, comentou. O ChatGPT gera, atualmente, mercado trilionário.
Com a união de tecnologias já existentes e o surgimento de novas, Stocco prevê a popularização dos robôs como uma tendência para um futuro próximo, como “um produto eletrônico de consumo que todo mundo vai ter, o próximo iPhone”, garantiu.
Segundo a Goldman Sachs, o mercado de robôs humanoides pode atingir até R$ 38 bilhões até 2035, com possibilidade de mercado 3 vezes maior que o de carros. “Daqui uns 4 anos, quando eu voltar aqui, poucas pessoas vão descer o elevador em casa para pegar a pizza. O robozinho vai poder descer lá para pegar a pizza para você”, projetou.
O avanço da tecnologia também acelera a obsolescência de bens e serviços que já existem, algo que precisa ser observado com atenção pelo mercado para acompanhar esse dinamismo. Nesse sentido, é necessário também olhar para as mudanças que os algoritmos vêm gerando nos padrões de consumo, graças ao crescimento do tempo de tela da população.
São, de fato, muitas transformações para absorver. Para Stocco, a chave é a singularidade humana. “Tudo aquilo atrelado a imaginar o que não existe, vai ser uma vantagem competitiva com relação à inteligência artificial. É para isso que temos que focar”, afirmou.