O empreendedorismo nas favelas sempre foi uma realidade e investidores estão colhendo os frutos de um ambiente cheio de criatividade e desejo de consumo. Não há mais tempo para preconceitos: favela não é nicho, é target, e não pode ser ignorada.
A pesquisa Tracking das Favelas 2025, realizada pela Nós, revelou um mercado de R$ 167 bilhões nas periferias brasileiras, onde vivem 17 milhões de pessoas. “A favela não é o problema, mas a solução para muitas marcas”, afirmou Eduardo Ourivio, cofundador do Grupo Trigo e do Investe Favela, empresa de Venture Philantropy de fomento ao empreendedorismo nas classes C e D, durante o painel “Favela não é nicho, é target”, apresentado no MMA Impact 2025.
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Ao lado de Reginaldo Lima, seu parceiro no Investe Favela, e de Emília Rabello, Empreendedora Publicitária da Nós, o empresário debateu e exaltou o potencial de consumo e de produção da periferia.
“A diversidade é muito presente quando a gente fala desse target, do público das favelas”, afirmou Emilia. Preferências pulverizadas em setores como alimentação e produtos de limpeza, por exemplo, mostram que há diversos nichos a serem mais bem explorados pelas marcas nas periferias.
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Também existe a demanda por estratégias de marketing que considerem especificidades, valorizando também os empreendimentos locais. “Quando a gente fala de quem é o empreendedor da favela, a gente se refere, em sua maioria, a mulheres pretas, solteiras, de 25 a 34 anos, e com o ensino médio completo”, revelou a executiva.
Para Reginaldo, o empreendedorismo na favela sempre existiu com registro antropológico e de desenvolvimento das populações marginalizadas ao longo da história do país. E, até hoje, segundo a pesquisa, esse empreendedorismo é atrelado à subsistência para 40% das pessoas.
“A favela vem passando, ao longo dos anos, por esse momento de compreensão e sistematização para produtos e serviços. A favela é interessante para produtos voltados para o mercado interno, mas também externo a ela”, complementou.
O entendimento da favela como target e a criação de conexão genuína com esse público são oportunidades para as marcas, concordam os palestrantes. “O consumo é real, os números são reais. A favela é um lugar de bolsos abertos, em que podemos falar de negócios, vendas, lucros, de maneira honrosa e moral”, afirmou Reginaldo.
O MMA Impact 2025 aconteceu nos dias 13 e 14 de maio, em São Paulo, e reuniu cerca de 5 mil pessoas para discutir e trocar experiências sobre marketing no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP).