Estudo realizado pela Hibou em parceria com a MMA Latam que mapeia as mudanças na indústria das martechs – empresas de marketing baseadas em tecnologia – no Brasil, identificou novidades do mercado. Já é a terceira edição do estudo e dessa vez, ele traz conteúdo especial sobre economia comportamental e metaverso. Para acessá-lo na íntegra e também os dois volumes anteriores, clique aqui.
De acordo com o levantamento, 62% das empresas brasileiras que são martechs pertencem ao nicho de Publicidade e Propaganda, 33% são das áreas de Conteúdo e Experiência, 22% do setor de Gestão e Dados e 18% são de Comércio e Vendas e Social & Relationship, empatados.
Dentre os principais players atuantes no Brasil e um total de 319 empresas mapeadas, o estudo aponta que 116 possuem raízes nacionais, sendo a maioria voltada à performance de marcas na relação com o público-alvo e no sucesso da jornada do consumidor dentro do ambiente de social media – que são espaços prioritários de relacionamento, uma vez que é nesse ambiente que consumidores se sentem mais ouvidos e onde marcas formam comunidade.
Para os executivos ouvidos no estudo, a presença das marcas nos ambientes virtuais se tornou crucial para a sobrevivência da empresa e o Social é o canal que mais gera conexões entre pessoas e as marcas devem estar onde as pessoas estão. As ações planejadas devem garantir a construção de uma relação saudável e natural com os consumidores. Portanto, são fundamentais martechs que atuem nessas soluções.
“Com a pesquisa, pudemos observar a constante evolução do cenário de empresas do nicho de relacionamento por meio do social. Cada vez mais faz-se necessário um acompanhamento de mercado e uma atenção ao que o cliente quer e precisa”, comenta Ligia Mello, da Hibou, coordenadora da pesquisa.
Rede social e conteúdo gerado por usuários abriram espaço para bilhões de pequenas vozes se manifestarem em escala local e global com conteúdo irrestrito e democratizado. Para uma marca ser social é preciso saber ouvir e abrir espaço para a comunicação de mão dupla.
Martechs que fazem parte deste grupo de soluções são ferramentas para gestão de clientes e suas interações com a empresa, as plataformas de CRM e customer success, bem como as de alavancagem de multiplicadores (influencers e embaixadores) para fomento e viralização que, em comum, são potencializadas pela capacidade de deixar o consumidor falar, e de ouvir o que ele tinha a dizer.
E como fica o Feed?
O estudo também levantou com as empresas entrevistadas que na hora de fazer o planejamento de conteúdos de seus canais em social, muitos profissionais e agências pensam em “como fica o feed”, e com razão. O feed é a cara da empresa na rede social, é a fachada que o visitante tem acesso e, de forma geral, monta a identidade que a marca está assumindo dentro do mesmo ambiente onde estão seus consumidores.
“Mas esta é a forma que o conteúdo é menos consumido, representando nem 1% do total de visualizações” explica Ligia Mello. Quando o usuário padrão abre a rede social, ele não tem o hábito de clicar em um por um dos links dos perfis e páginas que segue. O usuário abre o feed dele, onde o post da marca aparece entre uma piada de amigo, uma foto da família, um trailer de filme e qualquer outra coisa que a pessoa siga.
“É unânime entre marcas que para aparecer no feed é preciso ter relevância – engajamentos e interações, especialmente nas redes com algoritmo de exposição – mas para realmente ser visto é preciso ir além de só falar de si mesmo: é preciso entrar na conversa, entender do assunto do momento, e já que está se intrometendo no feed, se intrometer ao expor a personalidade da marca pela forma como fala, pelos temas que aborda, e se comportar como faria uma pessoa real. Redes sociais evocam o elemento de Interpessoalidade, e apenas quando o consumidor sente que existe algo de humano na marca é quando o diálogo começa realmente a acontecer.” conclui Fabiano.