“Por que essas fotos de pessoas pretas não estão aqui?”, questionava Bia Lopes Maria, Diretora de Criação e Fundadora do projeto Re_Modelar, da Shutterstock em parceria com a WMcCann, ao não encontrar na plataforma criativa o trabalho de fotógrafos que conhecia e que retratavam negros em situações cotidianas. “Porque muitos fotógrafos não sabiam como subir essa imagens em plataformas criativas, como bancos de imagens, e ser remunerados por isso”, contou.
A criação do projeto foi tema do painel “Re_Modelar: Ampliando horizontes na publicidade brasileira através de olhares negros”, apresentado no MMA Innovate Brasil 2024. A ideia do Re_Modelar surgiu após um incômodo ser despertado em Bia ao ver a publicidade nas ruas do Haiti, em 2019, representar apenas pessoas brancas. “Quem se vê aqui? Ali no Haiti eu tive esse incômodo e quando eu cheguei ao Brasil fiz essa mesma pergunta: onde eu me via? Como eu me via? E como os meus se viam?”, disse.
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Bia começou sua apresentação chamando atenção para o fato de quem, embora mais da metade da população brasileira seja negra ou parda, esse público tem apenas 7% de representação nas campanhas publicitárias. “Quando a gente dá uma busca e encontra pessoas pretas, elas estão totalmente estereotipadas”, falou.
Em 2024, o projeto chegou a seu segundo ano e ofereceu mentoria a fotógrafos da Bahia, do Espírito Santo, do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro para ajudá-los a fazer conteúdo para ser licenciado na plataforma da Shutterstock. “Como indústria, como mercado, como marca, como pessoas que estão na cadeira que pode utilizar, tem mais de 2 mil fotos diversas, de pessoas 50 mais, plus size, além do sudeste, para serem usadas”, afirmou.