O ator, apresentador e influenciador digital Vítor Dicastro, do perfil @debocheastral, questionou a maneira como os produtores de conteúdo são tratados pelo mercado, durante sua participação no painel “Creator’s Economy: oportunidades, excessos e desafios da nova era da influência”, que encerrou o primeiro dia de apresentações do MMA Impact Brasil 2023, realizado na Bienal, em São Paulo (SP), em 11 e 12 de abril. “A gente acaba sendo vítima de um sistema que não nos enxerga como profissionais”, disse.
Segundo Dicastro, muitos influenciadores digitais sofrem atualmente com questões de saúde mental porque precisam dar conta de todo trabalho e, geralmente, sob pressão de prazos muito apertados. “Para ter uma relação mais saudável, a gente precisa estar na mesma página. O que a gente faz é um trabalho. Eu tenho que saber disso, o público tem que saber disso e todo mundo na publicidade tem que saber disso. A gente tem como melhorar essa relação para que ela possa dar frutos muito melhores”, falou.
Ter começado nessa profissão na faixa dos 30 anos foi o que ajudou o influenciador a ter maturidade para lidar com os desafios, na sua visão. “Essa área da influência é nova. A gente não falava disso em 2015. A maioria dos influenciadores são pessoas muito jovens, que não têm ideia de como gerenciar a carreira ou pagar de impostos. E gera uma conta que acaba não fechando.”, falou.
Dicastro conta que, durante a pandemia, foi postando os conteúdos que já tinha sobre astrologia e, à medida que a pandemia seguiu, percebeu que precisaria produzir mais. “Com o tempo, eu me vi batendo milhões de seguidores, o Tik Tok chegou, para o bem e para o mal, e vieram os contratos. Então pensei: preciso que isso retorne financeiramente”, afirmou.
A estratégia do ator foi investir todo o dinheiro que ganhava em melhorar o que entregava, comprando melhores ferramentas de trabalho e contratando pessoas. “O nível de qualidade do trabalho precisava acompanhar o alcance. Em seis meses, fechei 40 campanhas e todo dinheiro que entrava eu investia. Eu só consegui fazer esse caminho porque, em algum momento, eu percebi que eu era um empresário”, explicou.