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Impact Brasil: o legado da Família Schurmann para a humanidade

Depois de décadas vivendo no mar, a família Schurmann decidiu que era hora de retribuir e saiu para a expedição Voz dos Oceanos com o objetivo de diagnosticar o problema da poluição plástica nos mares e mostrar soluções viáveis para solucioná-lo. O velejador e empresário David Schurmann apresentou o projeto, durante o Impact Brasil 2022, no painel “Navegar É Preciso”.

“Meus amigos de marketing acharam que eu estava louco quando eu falei que a família Schurmann, essa marca que a gente vem construindo há anos, ia se transformar em algo maior que o nome, algo que é para a humanidade”, explica. Segundo o velejador, depois da terceira volta ao mundo, a família percebeu que os mares estavam precisando de ajuda e escolheu usar a sua visibilidade de maneira mais ativa em prol da causa. 

O projeto Voz dos Oceanos tem várias frentes. A expedição divulga o que está acontecendo nos mares de todo o mundo e as iniciativas de pessoas que já trabalham para salvar os oceanos. O braço científico do projeto conta com pesquisadores e oceanógrafos que analisam a qualidade da água e mapeiam a poluição plástica. A Voz dos Oceanos Educação leva o conhecimento para as escolas e tem o objetivo de envolver as comunidades locais na causa. Ainda há uma iniciativa de inovação aberta, que busca start-ups focadas em encontrar soluções sustentáveis para reduzir o consumo de plástico.

A meta é concluir a expedição em 2 anos. O veleiro Kat partiu em 29 de agosto de 2021, de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e deve chegar à Nova Zelândia, em 26 de agosto de 2023.

Há 4 anos, quando começou a desenhar o projeto, a família Schurmann se debruçou no trabalho que já vem sendo feito por organizações no mundo todo para criar sua própria narrativa. “Nós questionamos quais eram nossos pontos fortes. Storytelling. Se tem uma coisa que a família Schurmann sabe fazer bem é, primeiro, navegar e outra é contar história. Então, vamos usar o storytelling para mudar essa narrativa de que o mundo acabou, não tem mais salvação, para como que a gente ajuda de forma pragmática, pé no chão”, diz. A partir daí foram criados 3 objetivos: testemunhar, buscar soluções e conscientizar.

O projeto ainda está ganhando um novo pilar. “Agora em julho, em Nova York, nós vamos lançar o pilar Arte. Os artistas começaram a perguntar como poderiam utilizar a Voz dos Oceanos para apoiar e aumentar essa voz. A gente está lançando nossa plataforma NFT na segunda quinzena de abril e, na sequência, eventos presenciais com artistas doando músicas, quadros, obras e assim por diante”, fala David.

Para dar o exemplo de que é possível viver no mar de forma mais sustentável, o veleiro Kat trata a água usada na embarcação para devolvê-la limpa aos oceanos, tem compactador de lixo e usa 75% de energia solar. O projeto conta com parceiros que acreditam no mesmo propósito. O patrocínio máster é do perfume Natura Kayak e da cerveja Corona. Os apoios de mídia são de G1, GloboNews, canal Off, Globo.com e Fantástico. 

Aprendizados

Desde a primeira viagem, que os brasileiros acompanharam pelo “Fantástico”, nos anos 90, até a expedição atual, que pode ser seguida quase em tempo real, graças à internet, contar a história sempre de jeitos diferentes e com autenticidade foi muito importante para a marca família Schurmann. “A gente começou a compartilhar nesse mundo internacional de internet que abriu possibilidades enormes. E foi assim que a família Schurmann foi criando esse negócio e essa marca que, como muita gente vê, tem algo especial. Principalmente porque nós sempre fomos muito fiéis ao que estamos fazendo. Estamos compartilhando uma verdade nossa, como a gente está vivendo e o que está acontecendo”, afirma.

Para David, na realidade do oceano, como em qualquer aventura, as mudanças são constantes e é preciso estar preparado para enfrentá-las. “O navegador tem 2 coisas interessantes: ele é o maior sonhador e o maior realista que existe. Ele tem o sonho de chegar naquela ilha ou de dar a volta ao mundo, mas no meio do caminho tem milhares de desafios, desde vulcões a tsunamis, ou simples tempestades com ondas de 10 m a 15 m”, exemplifica.

Em uma expedição, o planejamento é fundamental, mas é necessário ter consciência de que ele pode ser alterado a qualquer momento e é preciso jogo de cintura para lidar com isso.

História da Família Schurmann

Vilfredo e Heloísa Schurmann partiram para a primeira aventura quando David tinha 10 anos. A ideia, segundo o palestrante, surgiu depois que o casal fez um passeio de férias no Caribe. “Eu falo que eu sou o catalisador da família. Eu devia chorar muito e, em razão disso, quando eu desmamei, aos 8 meses, meus pais decidiram tirar férias de mim e se mandaram para o Caribe. Não tinham dinheiro, minha avó deu a viagem de presente para eles. Lá foram dar uma volta de turista em um catamarã e aquele dia mudou a nossa vida dali para frente”, conta.

Segundo o empresário, naquele momento os pais tomaram a decisão de que um dia velejariam pelo mundo com os filhos e, para isso, guardaram dinheiro por 10 anos. A expedição que duraria 2 anos, a partir de 1984, e acabou levando 10 anos. Depois dessa primeira aventura, já foram concluídas mais 3 voltas ao mundo em família, antes de o veleiro zarpar novamente, agora com um propósito mais nobre.

Clique abaixo para assistir ao painel completo:

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