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“Entre ganhar dinheiro e mudar o mundo, a gente pode ter os dois”, diz CEO da Valquírias World

Ana Fontes e Amanda Oliveira

Encontrar uma maneira de ser lucrativa e ainda ajudar a romper o ciclo da pobreza estabelecido há gerações é a sugestão de Amanda Oliveira, fundadora e CEO da Valquírias World, para empresas serem prósperas. A executiva foi recebida por Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, na abertura do Innovate Brasil 2022, realizado no Grand Hyatt, em São Paulo (SP), na terça-feira, 18 de outubro. 

“Entre ganhar dinheiro e mudar o mundo a gente pode ficar com os dois. Ninguém está dizendo: ‘pare de ganhar dinheiro e comece a olhar para o impacto social’, mas nós estamos pedindo equilíbrio. É para fazer uma revisão que compreenda que a gestão de uma mulher é muito pautada no amor, equilíbrio e desenvolvimento. Quando tem uma mulher gestora na mesa, ela pensa na evolução. O homem pensa no crescimento. Com a potência do crescimento, que é a busca pelo maior, com a da evolução, que é querer ser melhor, essa empresa voa”, contou Amanda. 

A CEO da Valquírias destacou que sua vida foi transformada por um projeto social aos 11 anos, quando morava na favela, e hoje ela toca uma holding para resgatar nas mulheres a força que elas herdaram de sua ancestralidade e dar oportunidades para que aproveitem todo seu potencial. 

Embora a intenção não seja romantizar a desigualdade e defender a meritocracia, Amanda pontua que o passado de obstáculos prepara essas mulheres para vencerem as dificuldades que enfrentarão na vida. “Essas grandes batalhas nos tornam grandes guerreiras, prontas para os desafios que vamos viver”, disse. 

A semente da Valquírias World foi plantada há mais de uma década. Aos 17 anos, Amanda começou um coletivo musical, que se transformou em instituto e hoje é uma holding. Entre os projetos atendidos está a Favela 3D, em São José do Rio Preto (SP), em parceria com Gerando Falcões. “Hoje atendemos 9.532 meninas e mulheres mensalmente, na Favela Marte. Eu topei fazer esse projeto com Edu Lira porque eu acredito que quando você devolve às mulheres o que foi tirado delas, elas protegem seus filhos. É uma conta social. Quando você emancipa uma mulher, você emancipa 3, 4, 5 crianças’, explicou Amanda.

“As pesquisas mostram que, quando uma mulher dá certo, ela melhora a educação dos filhos, ela melhora a situação da família, ela não compra coisas só para ela, mas coisas que ajudam a família a se desenvolver e, tem um dado muito interessante, que quando ela contrata, ela procura outras mulheres, ou seja, ela cria um ciclo de prosperidade no entorno de onde ela está”, falou Ana.  

A executiva conta que, além de lidar com as faltas de oportunidade, as mulheres precisam quebrar a velha crença de que não merecem, já que essa é uma sensação que vem sendo passada pelas gerações dessas crianças. “Como é que você rompe o ciclo de pobreza com uma que veio de uma família que a tataravó passou por abusos, a bisavó passou por abusos, a vó passou por abusos, a mãe passou por abusos…? Tem muitos casos de meninas que, quando começam a ascender socialmente, a mãe fica incomodada. É porque ela é ruim? Não, é porque ela tem medo de a filha estar sendo enganada, de ser uma ilusão. Fizeram elas acreditarem que isso não era para nós”, afirmou.

“Eu tive que olhar as minhas ancestrais e ativar toda essa força. Às vezes, a gente olha e pensa: eu não mereço isso, mas essa ancestralidade, na verdade, vem justamente para fortalecer. A minha bisavó, a minha vó, a minha mãe dizem ‘eu já rompi com muita coisa, agora vai’. Elas abriram caminhos para eu ocupar este lugar hoje”, completou. 

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