Premiada pelo Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2014, por sua atuação em 12 Anos de Escravidão, a atriz queniana Lupita Nyong’o embarcou em uma nova jornada, no ano passado, que vai além do entretenimento. Lupita aceitou o convite para ser protagonista da série “Super Sema”. A primeira série animada infantil africana com uma heroína. A atriz faz a voz de Mama Dunia, um espírito guardião da floresta. Presente no Collision, evento de tecnologia e inovação que ocorre no Canadá nesta semana, a atriz falou sobre o que representa o projeto para sua trajetória.
Muito mais do que relacionar a participação na série à ancestralidade, ela destacou o processo criativo e o quão importante é a representatividade no entretenimento. “Eu não tive, na minha infância e adolescência, a oportunidade de ver minha pele ou minha cultura representada no cinema, nas séries. Os heróis não tinham a cor da minha pele, não falavam do meu mundo. E para mim, poder fazer parte deste projeto, hoje, é muito mais do que um trabalho, é, de fato, a redenção de uma história e a força da minha cultura”, disse a atriz.
“Essa série é exatamente o que eu queria poder assistir, sempre fico muito emocionada ao vir uma garota de origem africana e de pele negra que é determinada, engenhosa e tem um senso de justiça”, destacou Lupita. A série, além de se inspirar em várias culturas da África também traz fortes elementos de ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática orientados a combater o crime.
Ainda sobre a possibilidade de ter esse tipo de conteúdo em sua infância, Lupita relembra que, se em sua época a ciência e a tecnologia se utilizasse do entretenimento para ser apresentada as novas gerações, tudo seria diferente. “Mais do que entreter, Super Sema é sobre inspirar as crianças a serem o que elas quiserem e utilizar a mente para resolver os problemas complexos do mundo. Hoje, as crianças têm a possibilidade de serem engenhosas, fazerem as coisas, experimentarem e desenvolverem vários projetos de tecnologia”, destacou, relacionando a série com a temática do Collision, que além do conteúdo, conecta várias startups ao redor do mundo.
Além do ineditismo do ponto de vista de entretenimento, a série também traz outra exclusividade, ela foi criada por uma startup queniana chamada Kukua, que também esteve representada no palco do Collision por Lucrezia Bisignani e Vanessa Ford.