Após um ano de 2024 intenso e de crescimento, o novo ciclo da US Media não poderia ser melhor: a empresa está expandindo seus negócios para os Estados Unidos com o fechamento de um novo parceiro exclusivo, que será anunciado em breve, como dá spoiler o VP of Sales For Exclusive Ad Partners, Bruno Belardo. O executivo conta que a empresa, que é um hub de soluções publicitárias que facilita a entrada de publishers globais no Brasil e na América Latina, vem ganhando corpo nos últimos 2 anos, crescendo em faturamento, em contratações e em grandes representações, principal pilar da operação. Hoje já são cerca de 75 pessoas na América Latina, sendo 35 apenas no Brasil. Na entrevista a seguir, o executivo fala do crescimento, compartilha momentos marcantes, destaca o maior aprendizado do período e ressalta que profissionais devem ir além do óbvio na busca por mídia. Acompanhe.
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Marketing Future Today – Quais os 3 momentos mais marcantes da US Media em 2024 e por quê?
Bruno Belardo – O primeiro seria o anúncio de quando a gente começou Vevo, maior plataforma de música do mundo. Vevo teve uma história muito peculiar no Brasil. Eles foram representados por um publisher, que tinha um foco também em produção. Depois eles abriram escritório próprio, mas veio a pandemia e frustrou um pouco os planos deles. Então, eles abriram uma concorrência que a US Media ganhou. Ganhar é muito bom, só que começar o negócio é algo muito complexo que precisa de muito trabalho e muita resiliência.
O segundo momento foi colocar esse trem no trilho, algo que nós fizemos durante o segundo trimestre, formando uma equipe que estava sendo treinada do produto, mas, ao mesmo tempo, estava indo para o mercado. E também para os outros produtos representados, eu diria que foi um ano que começou com muitas esperanças, mas não muito forte, eu diria morno.
E aí o terceiro momento seria o segundo semestre. Tudo o que foi pensado, tudo o que foi imaginado para o começo do ano de positivo começou a acontecer de agosto pra frente. O primeiro semestre do ano foi muito desafiador e, no segundo semestre, tudo aconteceu. Foi um momento que ainda está acontecendo para nós, de muito crescimento, de muitas campanhas que fizeram barulho no mercado, que as pessoas começaram a nos reconhecer pelas campanhas que nós fizemos em praticamente todos os produtos representados. E também tivemos uma bela notícia nesse terceiro momento de realização, que foi a representação de Magnite para o México. Magnite é um publisher gigantesco e, para nós, ter um segundo publisher em 2024 foi muito bom.
MFT – O segundo semestre foi realmente importante para vocês?
BB – Muito. Nós tivemos um ano muito bom com clientes de Finanças, com Mastercard, que tem trabalhado muito fortemente com a gente em alguns dos nossos produtos. A gente faz tradicionalmente uma celebração para anunciantes do Tinder em setembro. Fizemos a segunda edição do Tinder Awards no Brasil, com mais de 200 pessoas numa quinta-feira em São Paulo, concorrendo com o show do Travis Scott. E o Uber também, que já era um grande cliente em 2024 e será ainda maior. Para nós, não só é especial fechar acordo com esses clientes, mas poder tê-los ao lado apresentando case [como durante MMA Innovate em outubro 2024]. Não é todo cliente que topa abrir um pouco da cozinha subindo no palco. Foi para nós, e para mim pessoalmente, uma alegria muito grande ter o Pedro, da Uber, junto com o Gui Cavalcante, da W+K, apresentando um case incrível de Vevo.
MFT – Pode dimensionar o crescimento da empresa de 2023 para 2024?
BB – A US Media vem crescendo nos últimos anos mais de 2 dígitos no Brasil e, em 2024, crescemos mais de 30%. Se você olhar para um mercado que cresce, em média, de 7% a 8%, para nós é um indicador extremamente positivo crescer 30% em um ano desafiador do ponto de vista econômico, com a desvalorização da moeda, com os problemas macroeconômicos que o país vem enfrentando, e também com a concorrência, que não para de abrir empresas e lançar coisas.
MFT – O que você quer que seu time guarde como maior aprendizado do ano?
BB – O papel aceita tudo, mas a prática, às vezes, não sai como a gente planejou, então eu diria que o primeiro aprendizado é você ser sempre resiliente e ter um plano B, um plano C, mas sempre continuar trabalhando na mesma direção. Tínhamos um planejamento muito forte, mas sabíamos que teriam alguns elementos delicados. Precisa continuar trabalhando e se esforçando. E é algo que a gente aprendeu muito bem e por isso que os resultados vieram. O segundo aprendizado é não olhar para a grama do vizinho, que às vezes parece um pouco mais verde. Nos momentos mais difíceis, a gente, às vezes, fica olhando para o lado. O mercado todo sofreu, não foi um ano tão fácil. A gente tem produtos muito bons, sempre assinamos representações complementares, não temos produtos que concorrem entre si. Tinder, WeTransfer, Vevo, Fandom, Sojern, Informa TechTarget… tem muitas coisas boas nos nossos produtos e o aprendizado é: se a gente foca mais nas nossas fortalezas do que nas nossas fraquezas, a gente consegue executar o melhor do plano que a gente pensou.
MFT – O que podemos esperar da US Media em 2025, em termos do norte do ano pra vocês e de spoilers de novidades, se puder, claro?
BB – Dentro da nossa carteira de produtos nós temos alguns que vão para o ano da consolidação. Vevo, que a gente começou no começo de 2024, no segundo semestre provamos valor para os anunciantes, e estamos indo para um patamar agora de consolidação, de anunciantes investindo mais e em melhores formatos, e mais anunciantes vindo na base. Sojern, que é a nossa programática de turismo, também. Estamos indo para o terceiro ano e consolidando. E, nos demais, teremos lançamento de produtos, com novos formatos e possibilidades. Também estamos expandindo nossos negócios para os Estados Unidos, com o fechamento de um novo parceiro exclusivo. Devemos anunciar em breve.
MFT – Por que, quem ainda não conhece a US Media, vai conhecer em 2025?
BB – A tendência da empresa, como qualquer operação que representa grandes produtos com marcas muito fortes, foi muito falar dos produtos. Mas começamos um trabalho de falar mais da US Media, porque a gente tem um ecossistema aqui dentro onde os nossos produtos são complementares, muitas vezes casam dentro do mesmo briefing. E também a gente tem serviços dentro da US Media, que são prestados para qualquer um dos nossos representados. Então, a gente começou a trabalhar mais a marca US Media. Temos a estratégia de, em 2025, trabalhar mais o branding da US Media e deixar os nossos publishers como um complemento dessa mensagem.
MFT – Aproveitando o clima de renovação, tem alguma mensagem para os profissionais que estão voltando do descanso neste momento ou começando novos desafios em 2025?
BB – Uma coisa que eu sempre falo aqui dentro (e eu também estive do outro lado do balcão: trabalhei na Meta, no LinkedIn, nas sexy brands), eu acho que o nosso mercado tem um potencial enorme. Recentemente, saiu uma pesquisa que o mercado publicitário está atingindo o patamar do US$ 1 trilhão, é a 15ª indústria mais importante e cresce 10% este ano. O que eu quero dizer com isso é que a gente tem que tomar muito cuidado de não se acomodar e não tornar a comunicação em commodity. A US Media é uma alternativa para isso. Tem os grandes leões, como Google e Meta, mas tem muita coisa legal e diferente para conhecer e testar quando a gente olha para meios. Eu recomendaria às pessoas não aceitarem a situação de acomodação de fazer o mesmo. O conselho que eu daria é a necessidade de continuar sempre aprendendo e se reinventando, conhecendo as opções de mercado e tentando não se acomodar no mesmo. Se você testar algo diferente, pode se surpreender positivamente. E fazer isso torna o profissional mais completo. Quem está na Vevo, por exemplo, está lá porque quer música, é engajado e diferenciado, não está perdido vendo qualquer coisa.