Entre as características essenciais para ser uma liderança de Marketing eficiente, segundo Guilherme Stefanini, da CEO da Haus, está a capacidade de escuta, aliada à habilidade de fazer conexão de fatores e de construir pontes. Nesta entrevista, o executivo ainda conta sobre os projetos que tem orgulho de ter participado e o que espera para os próximos meses no mercado.
Stefanini é um dos palestrantes do MMA Impact Brasil 2024. Ele vai apresentar o painel “Como O Boticário transformou IA em amor”, ao lado de Marcela de Masi, Diretora Executiva de Branding e Comunicação do Grupo Boticário, contando o case de relançamento de Ma Chérie.
O MMA Impact Brasil 2024 será realizado nos dias 9 e 10 de abril, no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP). As inscrições já estão abertas no site do evento.
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Confira a seguir a entrevista com Guilherme Stefanini:
Marketing Future Today – Qual a mudança mais significativa que você presenciou no marketing até hoje?
Guilherme Stefanini – Eu acho que ainda está em transformação em muitas marcas. A grande transformação com a tecnologia foi o poder das marcas, que antes estava na mão delas, passar a ser definido por atores externos. No marketing, a comunicação passou a ser da experiência e do serviço, aquilo que a marca gera para os consumidores. É uma mudança significativa e que altera toda a maneira de entender, de atuar, de trabalhar e ainda estamos passando por isso.
MFT – Conte um projeto do qual você teve orgulho de participar.
GS – São vários. Tem um que a gente fez aqui para uma operadora de telecom, que captura praticamente todo o valor gerado, crescimento etc. de pré-pago e isso veio muito pela tecnologia e pelo que a gente construiu aqui de modelo de operação com nossa inteligência. Também tem um projeto para um grande banco brasileiro. A gente conseguiu montar uma das maiores áreas de inteligência do consumidor e isso tem tornado o banco cada vez mais vanguardista e líder em CX, seja em produtos, em experiências ou em serviços. Para uma empresa de cosméticos, a gente tem transformado muito a maneira como eles lidam com consumidor digitalmente e isso tem tido impactos relevantes na capacidade de alcance com investimentos muito menores. Ainda tem um projeto de longo prazo com uma operadora de telecom. A gente tem ajudado eles, aos longos dos anos, a ser data driving.
MFT – Quais habilidades você acha essencial para um líder de marketing?
GS – Eu diria a capacidade de escutar apurada porque você tem que estar ouvindo o negócio, escutar o consumidor, estar aberto para entender o que está rolando no mercado e ir juntando essas informações. Essa capacidade de escuta e de conexão de fatores é uma parte importante. Outra é a capacidade de construção de pontes, principalmente, internas. O Marketing acaba sendo, muitas vezes, uma área que vai chegar na ponta e levar para o mercado o que a empresa está construindo, como também voltar para dentro da organização e trazer os feedbacks do consumidor. O líder de marketing tem esse desafio de escutar e de liderar um pouco o processo de crescimento.
MFT – Quais temas estão na sua agenda para este semestre?
GS – Entre os grandes temas que tenho visto estão alguns questionamentos: “como é que a gente tem ajudado as empresas a entender melhor o consumidor?” e “como chegar a ele da maneira mais eficiente?”. Eu tenho visto muitas movimentações no mercado de querer entender mais o consumidor e de chegar nele de maneira diferente. Outra parte que tenho visto muito forte é saber como o mercado está entendendo o potencial de base, uma base fiel, e como ele constrói novos modelos de loyalty. Acho que, este ano, tem um mercado mais otimista, olhando um pouco mais para o crescimento. Este ano também tem a consolidação do que vem acontecendo, com dados em tempo real e medições.