O futuro é híbrido! Você certamente já ouviu falar sobre este termo, seja na área da educação, no setor automotivo ou até mesmo nos eventos e shows de música ao vivo, simbolizando que determinada ação tem mais de um meio de realização. No ensino, a aula presencial mesclada à aula digital caracteriza um modelo híbrido de aprendizado. Quando um motor a combustão recebe um conjunto de baterias elétricas, o veículo pode ser enquadrado na categoria de carro híbrido. Os shows musicais ou eventos esportivos, se seguirmos esta linha de raciocínio, já há algum tempo são híbridos, com a opção, para o público, de assistir presencialmente ou via qualquer dispositivo que realize a transmissão da ação.
O tema que ganhou força em 2020, no contexto da pandemia, se fez bastante presente no SXSW deste ano, com discussões sobre eventos online ou streaming de conteúdo.
“Da experiência e oportunidade de acompanhar essas discussões no SXSW 2021, fica a provocação de que não tem melhor ou pior. Quem quer fazer um evento online tem que ficar atendo ao formato e produzir elementos que façam o público interagir”
Como todos já sabem, o SXSW deste ano foi 100% online e com um formato especial em que foi possível assistir conteúdo ao vivo e gravado ao mesmo tempo. A grande pergunta é: o formato é melhor ou pior que o presencial? E a melhor resposta talvez seja: depende! Isso porque, cada formato tem um tipo de experiência. E a palavra chave desta discussão é experiência.
Todas as palestras que eu vi com esta temática deixaram claro que a experiência é o que faz a diferença na transmissão de um conteúdo presencial ou digital. No painel “Future Hybrid: How Virtuality Changes Live Music”, Jen Leiweke, Misa Rahm e Gary Marella discutiram os diversos eventos online que realizaram em 2020 e como a criatividade fez toda a diferença para engajar o público. Jen Leiweke citou que a interação presencial em um show de música é um diferencial, mas o evento virtual pode proporcionar aos fãs momentos únicos como, por exemplo, participar dos bastidores, ou fazer uma conversa ao vivo com o astro antes de começar o show. Misa Rahm reforçou que promover experiências é o grande destaque, tanto para quem participa como para quem patrocina.
“Os shows musicais ou eventos esportivos, se seguirmos esta linha de raciocínio, já há algum tempo são híbridos, com a opção, para o público, de assistir presencialmente ou via qualquer dispositivo que realize a transmissão da ação”
Neste caso, foi citado a criação de avarates para que o público pudesse comparecer ao evento da forma como se sentir mais confortável ou usar um “look” disponibilizado por uma marca que quer promover a sua nova coleção. Para quem gosta de ficção, podemos comparar esta nova realidade ao filme “Surrogates”, uma história que é passada em 2054, quando os humanos vivem em isolamento e interagem apenas e de forma indireta com robôs que são réplicas melhoradas dos humanos.
As inovações dos formatos estão cada vez mais reais e isso foi apontado com tendência no painel da “Fjord 2021”, em que o “case” do cantor e compositor Travis Scott, que usou a plataforma do Fortnite para fazer a sua “turnê” nos servidores do battle royale, com direito a muita computação gráfica, esteve entre os destaques.
Outro painel interessante foi “Are You Ready For Some Streaming?”, que contou com uma discussão entre Austin Ekeler e Colton ‘Viss’ Visser sobre o mundo do streaming. Eles focaram na produção de conteúdo para eSports e disseram que o streaming veio para multiplicar o alcance e a interação do público. Muitas comunidades são criadas pelos usuários para discutir sobre os jogos e multiplicar o conhecimento. Austin comentou que já participou de um evento com mais de 700 mil pessoas e enfatizou que o streaming tem uma proporção global.
Da experiência e oportunidade de acompanhar essas discussões no SXSW 2021, fica a provocação de que não tem melhor ou pior. Quem quer fazer um evento online tem que ficar atendo ao formato e produzir elementos que façam o público interagir. E isso serve para qualquer tipo de evento, seja um show, um evento corporativo ou uma reunião de trabalho.
Quer fazer a diferença? Planeje, organize, seja criativo e faça acontecer!