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NRF 2023: Petco e seu modelo de sucesso, por Celio Guida

Depois de um longo período de abundância e liquidez, os americanos sentiram na pele os impactos de um mundo globalizado que compartilha crescimento, mas também divide a dor de suas crises. Já não é mais possível ignorar algumas questões como a dependência de cadeias produtivas da China, a crise energética europeia, as mudanças climáticas, os desequilíbrios geopolíticos… Tudo isso faz com que haja um certo pessimismo no discurso de muitos palestrantes por aqui, na NRF 2023, realizada em Nova York entre 15 e 17 de janeiro.

Mas é justamente nesse tipo de contexto que a coragem e, principalmente, a atitude premiam alguns casos. Conhecemos um pouco mais dos bastidores da Petco, varejista do segmento pet que, depois de um importante turnaround, tornou-se um modelo de sucesso para o segmento.

Ron Coughlin, CEO da empresa, subiu no palco da NRF 2023 com um doguinho disponível para adoção e contou, com a naturalidade de quem conduziu 6 turnarounds em empresas como a HP e a Pepsico, o que para ele foi importante nessa jornada de reimaginar o varejo usando o conhecimento profundo do cliente como alavanca.

Algumas das ideias interessantes desse papo:

  • Reposicionou a empresa como Health & Wellness para pets e pais de pet;
  • Dobrou a aposta nas lojas mesmo depois de, nas palavras dele, “vários espertões me aconselharem desistir do modelo”;
  • Redefiniu a proposta de valor, criando uma one-stop-shop para os pais de pet (uma dor de cliente até então não atendida);
  • Desenvolveu novos negócios, inclusive expandindo para segmentos rurais com a Petco Farm & Feed; e
  • Criou programas de desenvolvimento da força de trabalho estimulando as mais diferentes carreiras (de veterinários a especialistas em estética).

Por fim, atribui o resultado a 3 fatores que disse ter trazido da experiência nos vários casos anteriores que viveu:

  1. Sempre buscar pessoas que tragam energia para a empresa – fugir de resistentes e mantenedores do status quo;
  2. Big chances for big things, ou a coragem de mudar grandes agendas, que no caso dele significou tirar das prateleiras o que representava US$ 100 milhões de faturamento; e
  3. Exercitar na prática sua missão como companhia, mesmo que isso tenha algum tipo de impacto no curto prazo.

Particularmente gosto muito desse perfil de liderança, que não tem medo de fazer o que é certo e é fiel aos seus valores e àquilo que acredita. E, em um ano no qual esperamos uma recessão na Europa e um cenário bastante desafiador no resto do mundo, vamos precisar dessa atitude e desses modelos mentais para vencer.

*Celio Guida, Sócio fundador da Somma e Marketing Advisor

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