A transformação digital acelerou exponencialmente com as implicações do distanciamento social e já toma conta de todos os setores. Hoje, no Brasil, é raro encontrar um líder de negócio que não esteja engajado neste processo de investigação e/ou transformação. A digitalização das empresas finalmente ultrapassou o departamento de TI e se tornou o gancho para uma discussão corporativa mais ampla. Essa jornada se torna cada vez mais profunda, complexa e estratégica, quando entrelaça as novas necessidades dos consumidores com uma urgência na transformação sem precedentes no mercado.
Há mais que se considerar do que a tecnologia no processo de transformação digital. A consultoria McKinsey, por exemplo, leva em conta práticas sob quatro dimensões fundamentais de gestão para analisar a maturidade digital de uma empresa: Estratégia, Capacidades, Organização e Cultura. É preciso ultrapassar o planejamento meramente instrumental das tecnologias e pensar em como criar estruturas que fomentem inovação através do empoderamento das pessoas. Isso só se torna sustentável e verdadeiramente escalável quando todo o aparato (processos, estruturas, incentivos) da empresa está voltado para esta visão.
“Em um contexto tão incerto e dinâmico, é impossível estar sempre atualizado, preparado para tudo e ser capaz de agregar conhecimentos tão diversos se seu negócio se mantém isolado no mercado”
Se a estratégia é ter um departamento de inovação, por exemplo, olhe o entorno dele. Esse grupo consegue influenciar, executar e transformar? Quantas áreas da empresa estão abertas e arriscam suas próprias metas para ajudar a conquistar esses novos objetivos? Sem impulso genuíno, existem grandes chances deste grupo altamente estratégico e relevante, apenas construir um bom discurso, sem gerar nenhuma evolução sensível dos negócios.
Uma vantagem determinante, muito difícil de ser construída nas empresas já estabelecidas, porém fundamental para aquelas que desejam ter sucesso nesse processo é criar um ambiente que fomente a colaboração externa. A velocidade, qualidade e consistência da digitalização depende diretamente da capacidade de identificar e trabalhar de forma transparente com parceiros estratégicos. Em um contexto tão incerto e dinâmico, é impossível estar sempre atualizado, preparado para tudo e ser capaz de agregar conhecimentos tão diversos se seu negócio se mantém isolado no mercado. Conseguir colaborar genuinamente com outras empresas é uma habilidade fundamental para aumentar a resiliência neste ambiente, sabendo que um parceiro pode ser desde uma renomada multinacional a uma recém-fundada startup.
“A jornada de consumo do cliente começa antes de chegar na loja, porque, quando entra no carro, o consumidor já está em busca do estabelecimento que vai atendê-lo melhor”
Saber interpretar as motivações e necessidades para criar essas alianças é uma parte determinante para construir um ecossistema saudável e vibrante em torno da sua empresa. Um exercício interessante é se perguntar se o seu número seria o primeiro para o qual seus parceiros ligariam se tivessem uma ideia incrível hoje? Em meio a tantas oportunidades, como definir os parceiros que vão ajudar a evoluir o negócio? Com tantos desafios, como manter o foco? O foco no propósito da empresa e nas necessidades do público é a bússola que nos ajuda a navegar por esse ambiente. Se a visão é construída genuinamente, esse esforço se traduz em clareza de propósito, prioridades, materializando e captando o valor gerado pelo negócio.
O Waze sempre é usado pelas pessoas que estão em deslocamento. Nossos usuários no Brasil passam, em média, 1h56 minutos por dia com o nosso aplicativo ligado. Ao entender mais profundamente os movimentos no mundo real, transformamo-nos em um verdadeiro guia do que está acontecendo nas ruas, para os consumidores e, principalmente, para as empresas. Essa é a nossa proposta de valor como parceiro de negócios.
A jornada de consumo do cliente começa antes de chegar na loja, porque, quando entra no carro, o consumidor já está em busca do estabelecimento que vai atendê-lo melhor. Essa busca é um momento único para as marcas entenderem como são feitas as jornadas, e como podem usar o deslocamento das pessoas nos seus esforços de comunicação. Como um exemplo da relevância destas informações, no Waze, entre outras iniciativas de resposta à COVID-19, lançamos o site waze.com/covid19, com dados de trânsito de várias cidades do Brasil e de outros países, que ajudam a entender como as pessoas estão se movendo neste momento.
“Estamos em um momento em que tudo o que sabíamos nos credencia a redesenhar constantemente os nossos negócios”
Além disso, em um momento tão importante de isolamento social, criamos uma série de iniciativas para ajudar os nossos parceiros a terem mais clareza do que estava acontecendo nas ruas e conseguir posicioná-los como opções atraentes e seguras para quem precisava se deslocar. Foi pensando nessa nova jornada, por exemplo, que lançamos um recurso chamado Location Personalities, que permite ao anunciante informar pelo Waze opções de retirada em loja e drive-thru oferecidas, dando opções aos consumidores para realizar compras com o máximo de conveniência e segurança possível. Essa antecipação e planejamento da jornada acabam se adequando às necessidades do usuário, além de garantir um fluxo seguro de clientes aos comércios.
Estamos em um momento em que tudo o que sabíamos nos credencia a redesenhar constantemente os nossos negócios. A cada novo dia teremos mais ferramentas e um novo canvas para evoluir as experiências para nossos clientes. Mais claro que nunca, as incertezas são uma certeza.