Há alguns anos, a realidade estendida, ou na expressão em inglês, XR, é apontada como um conceito de tecnologia importante para o mercado publicitário. No entanto, entre a compreensão dos benefícios dessa tecnologia versus o quanto ela pode escalar ou ser útil em termos de conversão ainda há um desafio.
Segundo a consultoria Global Web Index, 95% dos usuários dizem que estão passando mais tempo consumindo mídia desde o início da pandemia. Logo, em meio a tanta oferta de conteúdo, é importante se diferenciar. Monitoramento da Verizon Media mostrou que 66% dos consumidores lembram da mensagem de uma marca, serviço ou produto, quando ela está atrelada a uma experiência de conteúdo com inovação tecnológica.
Ana Raquel Hernandes, Head do Ryot, estúdio de branded content e experiências imersivas da Verizon Media, explica que anunciantes já utilizam massivamente soluções de XR nos EUA e na Europa e agora essa tendência vem se intensificando na América Latina. “É importante que as marcas pensem cada vez mais em novas estratégias para atrair a atenção dos consumidores, e AR e VR são uma excelente oportunidade neste sentido. Já temos cases importantes na aplicação em anúncios de diversos segmentos”, explica
Na semana passada, a Verizon Media lançou na região a Verizon Media Immersive Ads, plataforma XR online para anúncios e conteúdo com tecnologia que permite a criação de experiências conectando o mundo físico ao digital. Ao Marketing Future Today (MFT), Ana Raquel pontua as oportunidades e desafios do XR para as marcas.
Cases de marcas
Nos Estados Unidos, aplicações usando XR já são uma realidade no mix de conteúdo de marketing. Por meio da aplicação, o usuário poderia projetar uma onça em tamanho realista via realidade aumentada e interagir. Mês passado, na CES, apresentamos o projeto The MET Unframed, que leva quadros icônicos do Metropolitan Museum, em Nova York, para a casa das pessoas por meio de uma experiência gamificada. Na América Latina, estamos em conversas com alguns anunciantes e já temos projetos no horizonte. O uso do webAR ainda não está no radar das marcas como outros formatos interativos e também demanda um planejamento mais antecipado devido a produção. Mas insistimos que os anunciantes que forem pioneiros, antes desses formatos se tornarem massivos, contarão com aprendizados relevantes e estarão a frente.
POTENCIALIDADES DO AR
Em primeiro lugar, precisamos falar de inovação. A experiência do digital foi muito acelerada por conta da pandemia e a realidade estendida está sendo usada para fazer a ponte entre o virtual e o físico. Acreditamos que este será o ano das experiências imersivas e estamos explorando muitos caminhos e plataformas, de eventos virtuais a VR de ponta, webGL (navegador) e produção virtual usando a tecnologia LED Smart Stage. Na frente de publicidade, temos o webAR como um formato que combina a especificidade da realidade aumentada com a possibilidade de escala da experiência, algo muito importante para as marcas e que não pode ser perdido de vista.
ENGAJAMENTO E EXPERIÊNCIA
Também vale falar sobre engajamento, que é um tópico muito relevante. Consumidores estão ansiosos por experiências com as quais eles possam se conectar em outro nível. Em tempos de overload de informação, principalmente no ambiente digital, o mais interessante dos formatos em realidade aumentada é que eles nos dão muitas possibilidades de execução que captam a atenção das pessoas. Permitem interações que geram maior conexão emocional com a marca, por meio de sensações; são excelentes para demonstrar usabilidade de produtos e serviços e tangibilizar mensagens de marca; elevam a experiência de ofertas geolocalizadas a outro patamar e, muito importante, são mais engajadores que a publicidade digital tradicional: 66% dos consumidores lembram da mensagem de uma marca, serviço ou produto, quando ela está atrelada a uma experiência de conteúdo com inovação tecnológica. Por todas essas características, também demandam maior atenção a produção, narrativa e interação proposta, para que seja fluído e atraente para o consumidor.