O Clubhouse foi descoberto pelos brasileiros nos últimos dias e isso representa euforia, muitos entrantes e uma oferta grande de conteúdo. Criada em 2020 por Paul Davison e Rohan Seth, essa plataforma se tornou a queridinha do Vale do Silício. Nos dois primeiros meses, acumulava 1,5 mil usuárioes e era avaliada em US$ 100 milhões, em janeiro deste ano, já ultrapassava US$ 1 bilhão após uma rodada de US$ 100 milhões de investimentos. Também em janeiro, a plataforma dizia ter 2 milhões de usuários.

O Marketing Future Today preparou dois guias, um básico, e outro voltado ao marketing com oportunidades para os profissionais que já estão ou pretendem usar essa nova plataforma. Para Fernanda Belfort, da Tribo de Marketing, o Clubhouse está sabendo trabalhar muito bem as alavancas de escassez e exclusividade. “Mas a verdadeira prova vem depois, se ele vai conseguir se manter relevante e efetivamente entrar no hábito das pessoas. Ainda mais para uma ferramenta que é obrigatoriamente ‘sincrona’ – diferente de todas as outras redes sociais nas quais você pode consumir o conteúdo quando quiser, o Clubhouse tem que ser ao vivo.”

“O sucesso do Clubhouse é também consequência do ‘boom’ do áudio que estamos vivenciando: crescimento e fortalecimento dos mercados de voz como interface, audiolivros, audiosséries e podcasts. A voz aproxima, cria intimidade, estimula a imaginação e possibilita atividades paralelas. Mostra vulnerabilidade também, não tem muito como maquiar. Ela revela muito mais do que um emoji, carrega a personalidade que muitas vezes o texto não consegue”, explica Simone Kliass, locutora publicitária, women in voice lead ambassador e SXSW speaker que contribuiu na curadoria deste guia.

GUIA BÁSICO

O que é?
Plataforma de interação, disponível por enquanto somente para iOS, cujo formato único é o áudio. Alguns a descrevem como um podcast em real time. Outros, como um festival com conversas e salas sem hora para acabar. De gastronomia à tecnologia, passando por meditação e negócios, todos esses temas cabem no Clubhouse.

Como entrar?
Sendo convidado por um conhecido ou diante da liberação de alguém que já está na plataforma. Algo muito parecido com o começo do Orkut.

Característica
O conteúdo é ao vivo e efêmero, não estava na hora para ouvir, nada fica gravado. O que valoriza o potencial de tempo real da plataforma. Além de poder pesquisar por temas de interesse, o usuário pode montar sua agenda dos próximos dias.

Salas privativas
Além das “rooms’ abertas, onde qualquer um pode ter acesso, também é possível criar as salas fechadas onde o objetivo vai mais na linha de reuniões de trabalho e comemorações mais intimistas.

GUIA AVANÇADO

Quais as possíveis aplicações para o marketing?

Comunidades
A criação de comunidades em torno das salas ou conversas criadas, considerando o nível intimista e, em muitos casos, de vulnerabilidade das pessoas, ajuda a coletar insights e desenvolver um social listening poderoso dentro dos temas de interesse.

Fandom
Também é possível reunir fãs da marca em torno de um embaixador ou de temas em comum que estejam relacionados ao universo da marca possibilitando inúmeros formatos de interação.

Second Screen
É um recurso que vem sendo bastante utilizando, assistir filmes ou séries juntos, acompanhar um game, têm sido funções importantes e, para marcas, pode ser uma oportunidade única de continuar conversas de ativações ou patrocínios a eventos de grande repercussão como o BBB, por exemplo.

Influência
O Clubhouse também é uma oportunidade para que marcas conectem seus consumidores a celebridades e influenciadores, aumentando ainda mais seu poder de diálogo e interação, além de proporcionar experiências.

Narrativas
Por estar sendo chamado por muitos de podcast em real time, o Clubhouse permite um novo formato de narrativa, contação de histórias e uma nova opção de entretenimento.

O que dizem os CMOs:

“Conexão com outros líderes que inspirem”
João Branco, do McDonald´s

“Alinhamento rápido entre times e relacionamento com clientes”
Gabriela Onofre, da Único

“Caso não desvirtue, será um canal importante de interação”
Fernando Migrone, da SAP

“É um podcast acontecendo em real time: bom para inspirar-se”
Marcelo Trevisani, CMO da IBM

Veja, nesta matéria do Marketing Future Today, o que levou os CMOs a entrarem na plataforma e qual uso eles estão dando a ela.