O tão esperado Leilão do 5G, que acabou sofrendo atrasos em função da pandemia, teve seu edital aprovado na última semana. A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) confirmou que ele ocorrerá até o fim do mês de julho. Se o cronograma se mantiver, o Brasil terá a nova frequência disponível a partir de julho de 2022. Na região, os testes com o 5G já são realizados há alguns anos. Brasil, México, Argentina, Colômbia e Peru já testaram a tecnologia. No Brasil, Claro, Vivo e TIM já lançaram seus projetos de 5G DSS. Mas, não sendo nova a discussão sobre a tecnologia, como, de fato, ela pode impactar o marketing e o entretenimento?
De acordo com Janaina Augustin, diretora de inovação da O2 Filmes, o 5G abre uma frente importante para a produção de conteúdo imersivo e a possibilidade de novas narrativas. “A inteligência artificial está evoluindo muito, e com ela também os softwares e tecnologias de produção de conteúdo. Acredito que os processos mais trabalhosos serão cada vez mais automatizados, e fáceis de realizar, como, por exemplo, a simples legendagem de conteúdo, a acessibilidade, a pós-produção e programação de AR. Acredito que as tecnologias imersivas, como VR e XR, ainda levarão um tempo para voltar a evoluir por conta da pandemia”, afirma Janaina.
O 5G não mudará apenas a dinâmica das pessoas e empresas, ele terá um impacto jamais visto em relação a qualquer outra tecnologia. De acordo com o último estudo da Accenture sobre a tecnologia, oito, em cada dez negócios, acreditam que o 5G vai ter um impacto relevante na sua organização, dos quais 57% acreditam que vai ser “revolucionário”.
Marina Daineze, diretora de imagem e comunicação da Vivo, explica que a rede será fundamental para a digitalização do Brasil com o potencial de mudar significativamente a forma de vida e negócios.
“O 5G em sua máxima potência poderá entregar altíssimas velocidades de internet, latência ultrabaixa, maior confiabilidade e disponibilidade, além da capacidade para conectar muitos aparelhos. Até agora havíamos presenciado a conexão das pessoas e nos próximos anos conectaremos carros, casas, cidades e muito mais, aumentando de maneira significativa o tráfego de dados”, afirma Marina.
Ana Raquel, head do Ryot Studio, da Verizon Media, indica que o 5G permeará uma série de outras tecnologias imersivas, ou conceitos em ascensão, entre elas, realidades mistas e computação gráfica aplicada a humanos digitais. “Ainda teremos bons anos pela frente no 5G, mas em tecnologias imersivas já vivemos um ‘boom’ de base instalada ao redor do mundo. Óculos mais leves, finos e mais baratos, com mais tecnologia para sensoriar nosso comportamento e permitir que as pessoas vivam em diferentes dimensões ao mesmo tempo. O 5G, seguramente vai transformar a relação que temos com computadores, consoles de games, serviços de streaming e qualquer device que exija alto investimento”, sinaliza Ana.
