Marketing e tecnologia são disciplinas cada vez mais indissociáveis dentro das grandes companhias. Diante de processos de transformação digital acelerados e com foco cada vez maior na jornada dos consumidores, o líder de marketing ganha relevância em repensar marcas e empresas com o viés tecnológico. No ano de 2012, a consultoria Gartner apontava que, em 2017, as lideranças de marketing investiriam mais em tecnologia do que propriamente os líderes de TI.
Esse movimento deu origem a mais uma nomenclatura entre tantos Cs que já existem: o Chief Marketing Technology Officer. A função, em si, não é nova. Já em 2014, empresas como Kimberly Clark já possuíam um chefe global de tecnologia e marketing. No Brasil, desde o início de janeiro, Ariel Grunkraut, então VP de vendas e marketing do Burger King Brasil responde também pela área de tecnologia e responsável pelo processo de transformação digital da empresa, se tornado CMTO.
“A responsabilidade do diretor de marketing está evoluindo no mundo todo. Essa união do CMO com o CTO – cargo que algumas empresas começam a chamar de CMTO – deixa ainda mais claro que marketing e tecnologia não se sobrepõem mais, eles se tornaram um. É a união da criatividade com as APIs. Diante deste cenario, eu passo a ter, como principal desafio, liderar as marcas para que permaneçam no coração e na mente dos clientes com análises e dados; acelerar as vendas e a rentabilidade da empresa utilizando Inteligência Artificial e personalização; além de investir nos lugares certos com Machine Learning ”, afirma Ariel.
A mudança, de acordo com Ariel, abrirá novas vagas multidisciplinares para funções como arquitetos, designers, engenheiros, desenvolvedores, cientistas de dados e especialistas. Eduardo Tomiya, fundador da consultoria TM20 Branding, ressalta que a conexão cada vez maior da tecnologia ao marketing é fruto de um processo que também envolve novas estruturas de marketing no modelo “agile”, rápidas, eficientes e sem muita hierarquia. “A McKinsey coloca a necessidade dos líderes de marketing de implementarem um rigoroso regime de testar e aprender para garantir que os novos insights baseados em tecnologias e comportamento do consumidor estão alimentando os programas de performance-branding.”