Por mais um ano, Amy Webb, o nome mais aguardado do SXSW e referência em tendências, lançou, durante o evento de inovação em Austin no Texas, seu Tech Trends Report. Nele, Amy definiu que “Foco” é o tema principal, isso porque o direcionamento dos profissionais está muito mais em entender a integração e convergência de uma quantidade cada vez maior de tecnologias do que necessariamente julgá-las de maneira individual.

Ela atualizou como andam cinco tendências (que já são realidades) que apareceram de forma constante em seu report nos últimos anos. Para o marketing, fica o recado, por parte de Amy, do desafio de saber integrar, conectar, e reforçar a capacidade de aplicar tudo isso conceitualmente para os negócios e a conexão com as pessoas. De todas suas apresentações recentes, essa foi a que mais trouxe aspectos do comportamento humano e que demandou uma reflexão sobre onde chegaremos com tanta tecnologia.

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IA não se resume a ChatGPT
O ChatGPT, sistema conversacional da OpenAI monopolizou o SXSW deste ano. E não foi diferente na apresentação de Amy Webb, no entanto, ela destacou que IA é muito mais amplo abrangente e complexo do que estamos presenciando neste momento e que a conversa, neste momento, é muito mais sobre o fim da internet como a conhecemos do que propriamente sobre as funções básicas e cotidianas de um chatbot.  “Podemos ter sistemas de IA mil vezes mais poderosos do que são hoje. Não é exagero. Portanto, há um gargalo agora. E esse gargalo está nos impedindo de construir os sistemas de IA mais poderosos já criados.”

O fim da internet como a conhecemos?

O contexto de uma série de outras tecnologias que a internet como a conhecemos hoje já não mais existirá. “Se antes nós íamos até a internet, hoje a internet vem até você, todos os sistemas estão nos pesquisando, isso nos traz uma perspectiva totalmente diferente do que chamamos hoje de rede e do que chamaremos nos próximos anos.” Na visão de Amy, a internet como a conhecemos está chegando ao fim.

Web3 e a descentralização
O assunto que ganhou força em 2022 segue no radar de Amy Webb e deve continuar no ponto de atenção das marcas. Muito menos pelas tecnologias envolvidas, mas mais pelo conceito de descentralização no entorno da tecnologia. Ela ressaltou o papel que a identidade digital ganha neste novo contexto e, principalmente a velocidade e capacidade que a Web3 tem de gerar uma série de novas tecnologias e potencializar outros tipos de tendências.

Mas e o metaverso, que fim deu?
Anda tímida a abordagem sobre metaverso no SXSW deste ano. Porém, presente, na visão de Amy, as interfaces e os espaços virtuais onde se compartilham interações serão cada vez mais imersivas conectando mundos físicos e virtuais. O que interliga esses mundos não são propriamente tecnologias, plataformas ou ferramentas, mas experiências para perfis cada vez mais diversos sob vários aspectos. O foco agora para o marketing é aprender como navegar em meio a esse novo mundo.

Drones, robôs e tudo aquilo que se move
A robótica é percursora do estudo de tendências e talvez a tecnologia que mais nos ajuda a materializar um novo mundo para o lado positivo e para os desafios. No report de Amy, esse tema aparece como a capacidade de possibilitar aos humanos a delegação de tarefas e envolvimento em atividades que podem ser mecanizadas, automatizadas. Essas tendências não se sustentam sem a potencialização da IA e o crescimento de outras tecnologias mencionadas no report por Amy porque no fim não é sobre robôs, mas sobre a conexão deles com as atividades e comportamentos humanos.