Considerando os dados da Pesquisa Game Brasil (PGB), de que a maioria dos gamers brasileiros é formada por mulheres, em especial no smartphone, desconstruir um ecossistema que, por muitos anos, sofreu com estereótipos, é cada vez mais importante por parte das marcas. Essa foi a dinâmica do painel “Empoderadas no game, as mulheres são maioria entre os gamers brasileiros. Qual o papel das marcas nesta evolução?”, realizado no Impact Brasil, em abril, com a presença de Leila Guimarães, country manager da Adsmovil, Renata Gomide, diretora de marketing do Grupo Boticário e Bruna Soares, diretora de parcerias da Ubisoft.
Leila Guimarães destacou os dados da PGB que mostram que 72% dos brasileiros se declaram como gamers. “Neste universo, se olharmos com lupa veremos 51% deles sendo mulheres e quando levamos para o smartphone, identificamos um público 62,2% feminino. O que nos deixa muito claro que a maioria dos gamers é composta por mulheres e isso é crucial para a atuação das marcas”, destacou Leila. A executiva ainda reforçou a penetração dos jogos que, em audiência e número de plataformas só perde para as redes sociais, tornando-se um ecossistema muito rico para as marcas.
“Há três anos, quando começamos a estudar a possibilidade de levar O Boticário para o universo gamer, existia muita resistência e questionamento. Será que é nicho? Será que deveríamos entrar? E a resposta estava muito mais próxima do nosso cotidiano. Tenho uma filha de 8 anos que usa a mesada para comprar skin no game. E minha vó que joga para manter a mente ativa. Claro que, apesar dos estereótipos, isso mudou muito. Dois anos atrás, nós criamos uma loja no Avakin para conhecer melhor a comunidade e tivemos muitos resultados interessantes. Agora, um dos aprendizados é ter clareza da audiência, das formas de comunicar e, principalmente de fazer ativações dentro do game”, destaca Renata Gomide.
Para Bruna Soares, da Ubisoft, é importante, principalmente para as marcas, olhar os games como algo muito mais abrangente. “Todos jogam, em menor ou maior medida. E a mulher levanta esse número principalmente quando falamos de mobile. Claro que quando olhamos para o universo dos consoles ainda temos o imaginário do garoto jogando dentro do quarto. Mas ficou muito claro para todos aqui que precisamos repensar o que é ser gamer. É compreensível o estereótipo já que nós fomos a primeira geração que cresceu com os games, diferente de nossos pais. Por isso que eu digo que games é algo muito mais amplo”, destaca Bruna.
Segmentação e diversificação de possibilidades
Com base na experiência do Grupo Boticário no Avakin Life, Renata destaca que o fluxo de 14 milhões de visitas na loja virtual ajudou a empresa a ter vários aprendizados e identificou possibilidades e oportunidades. “Ficou muito claro para nós as inúmeras possibilidades dentro dos games, desde o uso da plataforma como mídia e segmentação, até o olhar para as comunidades, a cocriação e tudo que esse universo permite. É muito importante, inclusive, assumir que, muitas vezes, estaremos nesse universo para aprender. E depois dessa experiência decidimos no ano passado que fazia sentido apoiar uma equipe, a Black Dragons, e tudo isso só foi possível pela experimentação”, destaca Renata.
Por fim, Bruna Soares destaca a importância de ter um olhar mais estratégico para as possibilidades de audiência. “Hoje, o mercado gamer é massivo, mais de 2,7 bilhões de jogadores no mundo e a estimativa de chegar a 5 bilhões em dez anos. E ai você começa a observar movimentos interessantes. O Just Dance, por exemplo, um jogo da Ubisoft, para muitas pessoas nem é visto como um game, mas sim como uma dança, basta olhar no YouTube a quantidade de conteúdo relacionada. Como em qualquer mídia, é importante ter clareza dessa audiência e fazer essa composição estratégica”, destaca Bruna.
Leila destacou a importância da segurança dentro deste ecossistema, considerando principalmente o papel do brand safety para as marcas. “Para nós, a segurança é uma premissa e ai entra a tecnologia e o papel de informação para que possamos garantir às marcas esse ambiente saudável e que resulte em algo positivo para o marketing e a audiência.”
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