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“Erro deve trazer aprendizado, não culpado”, diz CEO do Mercado Livre

O e-commerce foi um dos setores mais impactados pela pandemia, no sentido positivo da palavra. No ano passado, o crescimento do setor foi de mais de 70% dependendo do mapeamento. O Mercado Livre fechou o ano com uma receita de R$ 48 bilhões e uma previsão de R$ 10 bilhão em investimentos. Neste contexto, Fernando Yunes, CEO do Mercado Livre no Brasil, reforça que a intensidade e o volume vividos no ano passado aceleraram em dez anos o e-commerce e o marketplace.

Em participação no Impact Brasil 2021, nesta terça-feira, 13, Yunes chegou a comparar o volume de negócios destes últimos meses com a Black Friday, principal período do ano para as compras eletrônicas. “O ano de 2021 foi uma continuação de 2020 com um volume de vendas muito forte. Muitas empresas e pessoas tiveram que mudar seus hábitos e isso, sem dúvida, refletiu no crescimento acelerado do nosso setor. Eu diria que as pessoas descobriram a conveniência e a diversidade de opções das compras on-line além de, é claro, ter se tornado uma plataforma essencial em um momento de isolamento”, afirmou.

Ainda de acordo com Yunes, o ritmo de investimento anterior era de um acréscimo de R$ 1 bilhão por ano, em 2017, por exemplo, o investimento foi nessa casa. No entanto, diante da necessidade de atender a velocidade do mercado, esse ritmo também se intensificou. “Os investimentos para este ano serão a soma de tudo que investimos nos últimos quatro anos. Esse grande compromisso vem justamente em um momento em que achamos importante acelerar o compromisso no Brasil. E, neste contexto, um dos desafios é a preservação da cultura da empresa”, sinaliza.

No início de 2020, o Mercado Livre tinha 2,5 mil funcionários, número que chegou a 5 mil em dezembro. A previsão de Yunes é que a empresa feche 2021 com 14 mil colaboradores. “Toda nossa parte de recrutamento é de extrema importância. Nossos líderes precisam ser modelo de atuação e inspirem pelo exemplo. Outro grande desafio é a entrada em vários segmentos e de forma rápida. Temos muitas iniciativas em paralelo acontecendo. Eu destacaria que um terceiro desafio é o de ter desenvolvedores de tecnologia”, afirma, destacando a parceria com a Digital House para um curso de desenvolvedores. No total, a empresa oferece 2,5 mil bolsas.

Mentalidade de startup

Sobre o desafio em manter-se com uma mentalidade de startup sendo a maior empresa da América Latina, Yunes reforça que o foco deve ser a cultura. “É importante que a liderança e as dinâmicas estejam orientadas para a tomada das melhores decisões e não para se manter uma hierarquia. Também é importante um senso de urgência para executar, porém, com tolerância ao erro. Errar faz parte e lançar algo que deu errado faz parte. Esse clima é necessário e o que devemos impedir é o medo. As pessoas não podem ter medo de errar. Neste contexto, cultura e pessoas são a base”, afirma.

Em relação sobre tomada de riscos, Yunes reforça, inclusive, o desafio de aprender com os equívocos. “Erro deve trazer aprendizados e não culpados.  Para que possamos seguir. Mas se o trabalho desenvolvido não vingou, se ela executou um bom trabalho, reconhecer o esforço e a atitude de como aquilo foi feito. Se ao final não prosperou, é outra conversa, mas não vamos penalizar alguém por ter trabalhado em uma iniciativa que não deu certo. É importante separar atitude e iniciativa dos resultados. Algumas vão dar certo, outras não, mas isso é natural. A liderança tem, neste caso, de garantir o sentimento de justiça e de que não tem problema que as coisas deem errado”, diz Yunes.

A formação de um ecossistema

Questionado sobre o objetivo do Mercado Livre em criar um ecossistema com outros negócios como Mercado Pago, Mercado Ads e Mercado Envios, Yunes reforça o foco em se adaptar as demandas dos consumidores. “O Mercado Livre criou o Mercado Pago como forma de complementar a oferta. E isso vinha do receio do próprio consumidor de realizar transações no ambiente digital. O Mercado Pago nasceu para isso. E todas as outras inovações surgiram dessa dinâmica, sempre pensando nas necessidades dos consumidores. Tem o Mercado Ads, por exemplo, só no ano passado foram mais de 1,5 bilhão de cliques em anúncios. O principal ponto aqui é complementar o ecossistema, por exemplo”, destaca.

Sobre o Mercado Ads, Yunes acrescentou o significado da presença de marcas como Coca-Cola, P&G e outras interagindo com os usuários da plataforma. “Há alguns anos, começamos a abordar empresas grandes para fazer parte do nosso ecossistema e, no ano passado, esse movimento se acelerou bastante. Nos últimos meses, esse interesse aumentou bastante e aqui existe a credibilidade trazida por essas marcas e a conveniência que elas podem oferecer aos clientes. Para as marcas, na medida que mais marcas fazem parte tudo se fortalece e todos se beneficiam”, destaca.

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