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Dia da Mulher: lideranças femininas de marketing focam no não óbvio

Anualmente, no dia 8 de março, promessas, clichês e muitas homenagens ocorrem. E isso também envolve marcas. No entanto, como ir além do óbvio e refletir, de fato, ao que a data se propõe? A pedido do Marketing Future Today, importantes lideranças femininas de marketing e comunicação deram suas perspectivas sobre como olhar o Dia Internacional das Mulheres além do clichê.

Danielle Bibas, VP de marketing da Avon

“O Dia Internacional da Mulher é muito marcado, atualmente, pelo ato de enaltecer e presentear a mulher. No entanto, essa data é muito mais do que uma celebração. Foi criada para gerar maior visibilidade para a luta pela equidade de gênero. Por isso, acredito que seja fundamental explorar esse momento para amplificar a voz do público feminino e reivindicar nossos direitos em busca de efeitos positivos de longo prazo como melhores condições de vida, oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal, independência financeira, autonomia, liberdade e mais possibilidades para construir o futuro que sonhamos, além de ocupar todos os espaços que desejamos.

Como empresa, podemos aproveitar essa época do ano para utilizar nosso grande poder de influência na sociedade e colocar em evidência pautas relevantes, indo além dos produtos que oferecemos. Afinal, sabemos que grandes questões globais só podem ser solucionadas a partir da cooperação. Uma das maneiras de fazer isso é, justamente, ampliar a representatividade feminina em posições de poder, já que uma maior diversidade de líderes possibilita uma visão mais abrangente e sensível sobre as necessidades e vivências do ser humano. A própria CEO da Avon, Angela Cretu, é um exemplo, tendo lançado na última semana uma campanha em seu perfil no LinkedIn para convidar mulheres de todo o mundo a clamarem por paz, buscando utilizar sua voz para influenciar os homens a acabarem com a guerra que se iniciou recentemente.”

Gabriela Onofre, CMO da único IDTech

“O Dia da Mulher é uma data para lembrarmos o quanto ainda precisamos avançar pelos direitos de todas as mulheres – mulheres pretas, mulheres trans, todas as mulheres. É uma oportunidade para fortalecermos a busca por mais equidade de gênero. No que se refere ao trabalho, falamos de garantir liberdade de escolha, remuneração igualitária, espaços de poder equânimes, mais mulheres em cargos de alta liderança e em Conselhos de Administração. Cansei de ouvir que há poucas mulheres na Engenharia ou em Tech porque esses seriam espaços masculinos. Lugar da mulher é onde ela quiser. Sem intencionalidade não é possível corrigir as barreiras que impedem as mulheres, principalmente aquelas de grupos minorizados, de ocuparem todos os espaços. Isso vale para as áreas ditas masculinas. Mulher faz ciência, sim!”

Renate Giometti, head de Inovação e Novos Negócios da Nestlé

“Acredito que estão todos muito preocupados com o que fazer ou com o que dizer. Mas nada é importante ser dito. O que precisamos é escutar. Esteja apenas de fato presente, com sua escuta ativa e dê isso a uma mulher.”

Andrea Mendonça, Chief Growth Officer da B&Partners.co

“Mesmo estando em 2022, vale falar que, em primeiro lugar, espero não ouvir ou ler qualquer comentário machista. Esse dia ainda é necessário para que as pessoas parem para refletir e assumir que esse problema ainda existe na nossa sociedade, o machismo estrutural, mesmo que tenhamos conquistado alguns direitos civis de igualdade.

Tem um livro do Paul Hawken sobre as “100 Iniciativas Poderosas Para Resolver a Crise Climática”, uma delas é ‘Educar todas as mulheres’. Porque são mais prósperos os países onde a criança tem como referência pai e mãe profissionais e independentes – onde as mulheres têm as mesmas oportunidades ou a mesma priorização para educação. Isso porque a criança têm maior probabilidade de encontrar um caminho positivo, encontrar o seu protagonismo e fazer um mundo melhor do que aquelas que só tem o homem como provedor. São nossas crianças que ditam o futuro da sociedade e do mundo, e quando elas são criadas e inspiradas por pais que tiveram as mesmas oportunidades, impacta profundamente em sua criação.

Por isso, eu desejo que as mulheres tenham acesso a ferramentas e educação e que encontrem dentro delas a força de levantar a cabeça, se posicionar e se colocar no lugar de conscientização de quem quer que seja sempre que necessário.”

Maria Fernanda Albuquerque, CMO da Alpargatas

“O óbvio, neste dia, é receber parabéns. Acho que “parabéns” acompanhado de respeito, admiração, impulso, Sororidade são muito bem-vindos. Mas, eu espero mesmo ouvir sobre as conquistas de outras mulheres. Saber tudo que podemos alcançar. Dividir, ampliar, expandir a rede. Colocar mais mulheres para contarem suas histórias e se inspirarem com outras. Eu e a Olívia (minha filha) combinamos de relermos juntas História de Ninar para Garotas Rebeldes.”

Ana Paula Duarte, diretora de marketing e mídia da Unilever

“O que eu não quero ouvir e a indagação do porquê existe ainda o dia da mulher…Existe porque ainda há muito a ser conquistado. É importante sim celebrar este dia e ouvir falar, agir e impulsionar a equidade de gênero, elevando o potencial das mulheres em suas diferentes formas e combater a violência e o preconceito que existe contra a mulher.”

Sandra Montes, CMO do Rappi

“Eu acho que essa coisa de ser provedora, da mulher ter que parir, ter filhos, é algo insistente em nossa sociedade que não deveria ter mais lugar. Eu me sinto super realizada por ser mãe, mas também me sinto muito realizada por escolher meu destino; por optar mudar de carreira; por resolver que meu propósito é fazer a diferença na vida das pessoas, tanto no campo pessoal quanto no profissional; por decidir mudar de carreira aos 45 anos. Ser o que eu quiser, como eu quiser e quando eu quiser tem muito mais sentido no real âmbito da mulher. Querer ser mãe é maravilhoso, mas isso não deveria ser uma obviedade, uma predestinação que historicamente a sociedade atribui a ela. Ao contrário, o óbvio que precisa ser exaltado na data é a permanente necessidade da mulher de ser livre para fazer suas escolhas, sendo o quê, como e especialmente quando ela desejar, seja aos 20, 50, 60 anos.”

Luciana Ribeiro Froehlich, head de marketing do Einstein

“Menos flores, batom e rosa e mais consciência, empatia e respeito com a batalha que todas as mulheres ainda enfrentam todos os dias. Já conquistamos muito e temos que celebrar, mas não podemos esquecer que ainda há uma luta imensa para que as mulheres – com toda a sua pluralidade – realmente possam ter seus direitos conquistados.”

Inaiara Florêncio, head de marketing e comunicação da Galena

“Neste dia da mulher eu queria não abrir as minhas redes sociais e ver várias marcas e pessoas fazendo posts de homenagens às mulheres guerreiras com hashtags de apoio, manifestos e por aí vai. Já sabemos que somos importantes, mas a questão vai além. Enfrentamos desigualdades todos os dias e se somarmos mais algumas intersecções aqui ela só aumenta. Eu, como mulher preta, quero mais ações efetivas, salários iguais, exercer meu direito de ir e vir em segurança, menos sobrecarga, que as decisões dos nossos corpos sejam respeitadas, que as opiniões numa sala de reunião sejam ouvidas com o valor e dignidade que merecem, que nossos esforços sejam valorizados, como da maioria dos homens. Quero menos “apoio” e mais ações concretas que reverberem em mudanças sistêmicas.”

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